terça-feira, 27 de março de 2018

Reforma da Previdência: solução definitiva ou provisória?

Por: Allyne Pires
“Mais três meses e eu me aposento” é uma afirmação feita por um homem de 53 anos que trabalha desde a sua adolescência para ajudar no sustento da família. Essa é a realidade de muitos brasileiros. Entretanto, com a proposta da Reforma da Previdência, aposentar-se com esta idade não será mais possível.

De acordo com o proposto, um dos pontos principais desta Reforma – em discussão há mais de um ano – é alterar as idades mínimas da aposentadoria, 65 anos para homens e 62 para mulheres. O que motiva essa mudança é o envelhecimento da população brasileira, ou seja, os brasileiros estão vivendo mais. Além disso, as famílias estão menos numerosas.

Segundo pesquisa realizada pelo IBGE, a população com 65 anos ou mais triplicará até 2060. Enquanto este crescimento acontece, na outra ponta, diminui brasileiros entre 15 e 65. Isto significa que o número de pessoas dentro do mercado de trabalho está encolhendo. Com isso, a dificuldade em financiar a Previdência aumenta, uma vez que o principal recurso utilizado para pagar aposentadorias e pensões vem da contribuição recolhida de empresas e trabalhadores.

Para ter uma ideia, hoje, são nove brasileiros em idade para trabalhar para um aposentado. Em 2060 esta equiparação será de dois para um. E nem sempre os que se enquadram na “idade do mercado de trabalho” estão ativos. Muitos trabalhadores ao atingirem o tempo mínimo para contribuição se aposentam, na maioria das vezes, antes dos 55 anos.

Com a aposentadoria precoce e uma expectativa de vida maior, o benefício é utilizado por mais tempo. E é neste momento – junto com outros fatores, como o desemprego – que as contas não fecham.

E com a Reforma?
Os gastos com a Previdência, segundo estudos oficiais, estão cada vez maiores para as contas do governo. Mesmo com a reforma previdenciária aprovada pelo Congresso. Contudo, esse aumento pode ser desacelerado com as novas regras.

Conforme estimativas, as despesas chegariam a dois terços do dinheiro público daqui 20 anos – esta visão considera as novas regras da Previdência, que esperam votação. Esta foi suspensa até que seja cancelada a intervenção federal no Estado do Rio de Janeiro.

Pensando além da Reforma
A previdência estatal, na opinião do empresário Flávio Augusto da Silva, não se enquadra em um dos melhores planejamentos financeiros. Flávio exemplifica: “se a pessoa recebia R$20 mil por mês, quando ela se aposentar o salário será reduzido para o teto máximo, cerca de R$5.500”.

De acordo com o empresário, o benefício se caracteriza por “uma pirâmide financeira”, na qual “você precisa de novos adeptos para poder bancar o esquema”. Já que o desconto do salário, referente à contribuição (que varia de 8% a 11%), mais o valor que a empresa colabora serve para pagar o aposentado de hoje. Para Flávio, a forma mais correta seria uma espécie de poupança, “que no final serviria para pagar a própria previdência”, conclui.

Investir o mesmo valor da contribuição em um rendimento do Tesouro IPCA, seria a melhor alternativa, segundo a sugestão do empresário. “Ao final do mesmo período de contribuição para a aposentadoria, a pessoa teria R$1,4 milhão ao invés de R$180 mil com a previdência estatal”, esclarece.

Controlar a vida financeira
Durante a vida escolar, não há alguma disciplina que de fato ensine, desde a infância, a lidar com o dinheiro. Salvo os cursos superiores na área financeira. Por este motivo, os brasileiros crescem sem saber investir, como fazer o dinheiro trabalhar para si ao invés de trabalhar para ele. É por isso que é cômodo deixar que outra pessoa, ou o governo, cuide do problema da aposentadoria, por exemplo.

Conhecer como o dinheiro trabalha para você vai além de uma aposentadoria “gorda”. Ao saber investir, desde pequeno, você adquire uma independência financeira. Em alguns casos, você não precisa depender do trabalho.

Mudar é preciso e possível. Você acredita que só a reforma na Previdência é o suficiente? Deixe sua opinião, experiência ou dica para os que almejam viver uma aposentadoria.

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