Como um leilão que apenas um grupo aparece pode ser visto como bem sucedido? Ainda que um lance mínimo possua seus lucros, não é de se esperar que tenha sido um sucesso. Tal
vez tivesse sido caso fosse uma venda, o que pareceu. A Petrobrás teve de competir com ela mesma no leilão, caso único em toda a história.
A Petrobrás e mais outras quatro petroleiras – a francesa Total, a anglo-holandesa Shell e as chinesas CNPC e CNOOC – foram as “vencedoras” do leilão. Nossa petroleira entrará com 40% dos investimentos, enquanto as outras com 20% (francesa e anglo-holandesa) e 10% (chinesas). Julga-se que os investimentos da Petrobrás, no Campo de Libra, poderão chegar a US$ 250 bilhões no período da concessão.
A pergunta que fica é de onde sairá o montante inicial de R$ 6 bilhões mais investimentos para a implantação da plataforma. A dívida que a Petrobrás possui é de 176 bilhões de reais. Já com o valor que iriam dar no começo, R$ 4,5 bilhões, estava alto. Afinal, para quem tem dívida até um real é prejudicial.
Por mais que renda 1 trilhão de reais em 35 anos, com a dívida que aumenta a cada mês e com o dinheiro que sairá nos investimentos dessa e de outras áreas, nem tudo que entrar, que ainda será dividido para outras petroleiras, será realmente visualizado pelos brasileiros.
Por um lado, todo grande investimento precisa ter seus “sócios” para ajudar, principalmente, nos gastos. Com a partilha, a operadora tem riscos bem menores e o governo tem um ganho maior. Porém, esse petróleo, que é nosso, retornará para o país um pouco mais da metade (64,99%) da produção, qual o ganho que teremos com isso? Ainda que a Petrobrás fique com 23,34% do valor, sabemos que esse dinheiro ficará para a empresa, mesmo estatal, que precisa para outros investimentos e outros pagamentos internos.
A vista negativa disso tudo é que o risco da operadora só será menor caso haja risco geológico, fato quase impossível quando se trata da extração a 2 mil e 4 mil metros imagine a mais de 6 mil. A escolha do regime de partilha também não foi muito bem visto, pois só é utilizado por países que não costumam respeitar contratos. A estatal Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) foi criada para determinar custos, ela interferirá na atividade do consórcio pelos próximos 40 anos, o que afastou outros participantes.
O que surpreende é a mágica que querem fazer com o dinheiro que entrará do Campo de Libra. Querem ajudar nas metas do superávit do governo e investir em uma educação de qualidade. Fora, não citado pelas autoridades, pagamentos da dívida da Petrobrás e da própria União.
O valor, que dizem, que retornará para a educação só começará a entrar depois de 2018 quando iniciará, efetivamente, as vendas dos barris da área de Libra. O que indigna! Pois tantos impostos pagos, tanto dinheiro dado ao governo, como ainda não foi revertido para uma educação excelente? No máximo, precisa ser pensada em segundo lugar, em primeiro a saúde. Nem isso é oferecido para nós, sim, nós, a população brasileira.
Há sim mais pontos negativos nisso tudo do que positivos, mas acredito que, com a participação de outras petroleiras (Total, Shell, CNPC e CNOOC), não trará tantos prejuízos para o Brasil que iria bancar as construções das plataformas sozinho. O dinheiro que sairia seria ainda maior que o estimado em US$ 250 bilhões. A parte infeliz disso é que, dessa maneira, as vendas e o lucro total não retornará.
*Não entendo nada de economia, mas espero que ao menos metade dessa opinião esteja um pouco coerente.
Um comentário:
Muito bom sua vista sobre o tema, vai bem de acordo com o que absorvi em todas as matérias lidas, porém não acredito que o retorno será investido em educação, algo me diz que são falácias... :(
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