ALLYNE PIRES
Ao caminhar pelas ruas de São Paulo os cidadãos encontram verdadeiros obstáculos. Na região central não é diferente. As calçadas da Avenida Rangel Pestana, 939/950 a
1633/1590, Brás, passava pelo mesmo problema. Com degraus, buracos, sem rampas de acesso e uma parte com azulejo, o que resultava, em dias de chuva, em quedas. Um perigo para cadeirantes e, principalmente, idosos.
A Prefeitura criou o Programa Passeio Livre, que tem como objetivo contribuir na melhora da paisagem urbana, acessibilidade e resgate do passeio público pelas calçadas. Para estabelecer o novo padrão de fiscalização, em janeiro deste ano foi regulamentada a Lei nº 15.442.
Em alguns lugares a Prefeitura faz a reforma como forma de revitalização, este é o caso da Avenida Rangel Pestana. Desde abril as calçadas estão sendo quebradas para ficarem de acordo com a Lei, porém, os pedestres continuaram encontrando obstáculos.
Com a calçada inteira quebrada os pedestres eram e em alguns pontos ainda são obrigados a caminharem com dificuldade ou, pior, irem pela via dos carros sem a proteção estabelecida pelo Código de Trânsito Brasileiro no art. 68 parágrafos 2º e 6º e sem sinalização como indica o art. 94.
O jornaleiro Abílio conta que durante a reforma teve que fechar sua banca por dois dias. Completa que a reforma “foi em dia de chuva e a calçada ficou ruim, ficou mal feita”.
Dona de casa e moradora da região, Antônia tem uma filha de colo e conta que foi difícil passar com o carrinho, pois, teve que ir pela a via dos carros e diz que quase foi atropelada.
Já a vendedora de uma loja de tecidos, Ermínia, diz que o monte de pedras que estão em frente ao estabelecimento foi colocado a duas semanas. “É uma vergonha isso aqui, faz mais de três meses que a gente está com essa obra”, diz. Depois de duas semanas que a entrevista foi realizada as pedras ainda estavam no local.
A arquiteta Káthia Christina Fonseca Dias comenta que a reforma pode ser feita em fases não sendo necessária a quebra total das calçadas no decorrer da via, tanto para a segurança dos pedestres como para que não haja prejuízo nas vendas dos lojistas.
Ao notarem que entrevistas estavam sendo feitas os responsáveis pela obra começaram a por a sinalização e a proteção. Entretanto, não estavam de acordo com o Código, umas das questões era que a sinalização começava justamente onde já ocorria a reforma.
Um mês depois da realização das entrevistas e imagens as guias ainda estão inacabadas, sem guia rebaixada em frente a faixa de pedestres. Quem utiliza ônibus encontra dificuldades, pois, com essas guias ainda por fazer, em dias de chuva, ficam cheias de água e depois enlameadas. Em um dos quatro pontos de ônibus há um bueiro tampado por uma madeira.
Apesar das reformas gerarem transtornos, pode-se ver o resultado das obras na Avenida, altura 939/950 a 1119/1118 onde as calçadas já estão prontas.
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