quinta-feira, 4 de outubro de 2012

21 primaveras e exatas 24 horas


Por: Allyne Pires

Há 20 anos comemorava-se um primeiro ano de vida com “A Menina Primavera”.  Na parede, uma árvore com caule de papel crepon marrom e as folhas eram meia dúzia de bexigas verdes em tons diferentes.

Acredito que por um meio de um “arrependimento”, oito anos depois, o pilar no meio do salão se
transformou na casa do ursinho mais querido. O pilar foi envolto por papel crepon marrom do chão ao teto, este inteiro com bexigas em tons (não, não foram Cinquenta) de verde. Uma porta de isopor e o Puff em frente à “árvore” faziam todas as crianças crerem que ali era a casa dele.

Se com 10 os rostos das Meninas Superpoderosas esculpidos em bolas de isopor enfeitavam a mesa do bolo, com 11 a festa já mudou para uma mini “balada”, talvez quisesse mostrar o quanto tinha crescido em um ano.

Festas compostas das mais diversas lembrancinhas. Um Piu piu laser; uma sacola de feltro em formato da cabeça do “Ursinho Puff” e, dentro, além de doces, um caderninho com desenhos da turma para colorir; um CD – Allyne Hits – com 13 músicas e a última era o hit do momento, Ragatanga de Rouge.

A minha última festa foi aos 15 anos, na qual fui intitulada como “Betty, a feia”, já que com oito anos eu estava com óculos horrorosos, dentes tortos, testa e orelhas gigantes e aos 15 com lente de contato, dentes endireitados e, claro, orelhas do tamanho proporcional, a testa... Melhor deixar pra lá.

- Parágrafo destinado aos escoteiros: ganhei minha Lis de Ouro na festa, na hora do bolo. Sim, eu chorei. -

Lembro em uma festa que teve um mágico e no meu pensamento de criança surgiu: Dessa vez eu vou ser escolhida para tirar alguma coisa da cartola ou ajudá-lo em alguma mágica, afinal eu sou a aniversariante. Triste ilusão, nem na minha festa o mágico me chamou, até hoje sofro com isso. Não gosto de mágicos e só se ele realmente for bom é que dou meu braço a torcer.

Outra coisa que me indigna, balões com doces, nas minhas festas nunca tiveram. Minha mãe diz que só serve para as crianças se machucarem e saírem chorando. Acho que era uma desculpa para não me ver chorar na minha própria festa, afinal nunca conseguia sair com mais de cinco balas nessa brincadeira.

Uma coisa que sempre me frustrou, e acredito que continuará, foi em relação do tempo. Acho que minhas festas nunca foram no dia do meu aniversário mesmo, mas eu esperava por aquelas duas datas, o dia do meu aniversário e o dia da minha festa, por um ano inteiro (e um ano para criança era eternidade, hoje em dia o ano voa) e elas passavam tão rápido que são raros os momentos que guardo em minha mente.

Não me lembro de algo que quis muito e ganhei de presente de aniversário, recordo-me mais do Natal com presentes deste tipo. Mas se for pensar por presente algo que eu gostaria muito acredito que se aplique a pessoa.

Eu tinha um paquerinha na escola, começou na segunda série (para os mais novos acho que é o terceiro ano). Eu tinha seis para sete anos e estávamos no 2ºB com a Tia Taís. Ele também gostava de mim (um dia pediu pra tia colocar uma cartinha com uma declaração e um desenho de um coração com dois Sonhos de Valsa dentro dele). Sempre que fazia minha festa torcia para que ele fosse, e nada. Até que no aniversário das Superpoderosas (acho) ele foi. Nossa fiquei muito feliz e o primeiro pedaço de bolo foi pra ele.

Nunca tive uma festa surpresa, apesar de todo ano pedir para as pessoas fazerem. Na verdade tive uma sim, mas eu era muito nova, então não conta. Eu saí da escola e meus pais estavam lá, fiquei brava porque eles tinham me deixado ir à casa da minha amiga Carina. Eles deram uma desculpa de que tinham esquecido alguma coisa no trabalho deles. Chegamos lá e estava tudo escuro, lá no fundo um foguinho e quando cheguei perto acenderam a luz e os colegas de trabalho e meus pais começaram a cantar parabéns pra mim. Mas isso faz tempo, não conta.

Ontem foi bom, comecei meu dia 5h40 voltei pra casa 13h00 com uma flor linda que meu pai me deu e resolvi fazer o que ultimamente faço de melhor, não fazer nada. Fui para a faculdade porque queria ver a correção da minha matéria com o professor e, confesso, porque queria receber parabéns, abraços e beijos (estava carente). Resultou num rosto vermelho, meu professor puxou um parabéns com as salas do 3º/4º e 5º/6º semestres. Não sabia onde colocar a cara, mas gostei.

Termino de escrever o texto, que comecei com 20 primaveras, sem saber ao certo como terminá-lo, mas como ainda não cheguei ao fim que fique ao leitor as reticências...

4 comentários:

Anônimo disse...

OI mor...
PARABNES!!!
Pelo aniversário e pelo texto que escreveu, gostei bastante.
Ty amo minha Jornalista.

Cris Drovas disse...

Para quem me disse na madrugada anterior que não sabia como terminar, fez um final que me arrancou um sorriso. Desejo tudo de bom pra ti, hoje e sempre. Conte comigo sempre para madrugadas sem ideias (não que eu faça qualquer coisa, mas é bom ter companhia) e este poderia ser um ritual de aniversário sem frequência =)

Kadu disse...

Um dia escutei um ruído e olhei para trás, vi uma criança, que chorava muito pois não entendia o mundo onde se encontrava,
estranho, frio e confuso. Se sentia só. Numa breve distração notei que ao meu lado caminhava uma garota de personalidade
forte, decidida, guerreira, sonhadora e apaixonada pela vida com vontade de vencer e ser amada. Olhei para frente e não consegui
me ver com essa linda mulher formada de corpo e mente, mas entedi que ela caminhava sempre com um sorriso em seu lindo
rosto, pois sabia que eu estava junto, colado e guardado dentro do seu coração. Filha, onde, aonde e donde voce estiver eu
estarei sempre torcendo pela minha grande amiga. De seu pai que ama muito.

Andréa disse...

Tenho dois poetas em casa... rss
Lindos!!!