O que quero dizer é que só queria que no meu ônibus não estivesse nenhum ser escutando música sem o fone de ouvido, aqui entre nós... O fone de ouvido foi feito exatamente para isso. Enfim, como podem imaginar não tive essa paz. Fui obrigada a ouvir um rap e ainda a voz do indivíduo cantando, e claro balançando a cabeça dele. Não, não gosto de rap e nem de funk, mas podia ser a 9ª Sinfonia de Beethoven ou até mesmo uma música do Titãs eu me incomodaria, pois se quisesse escutar qualquer música pegaria meu iPod e meu fone de ouvido e escutaria. Não sou obrigada a escutar música quando não quero e muito menos música que não faz o meu estilo. Deu até uma vontade de ir falar para abaixar o som ou até mesmo desligar, porque há uma lei que proibi o uso de aparelho sonoro dentro do ônibus, porém num mundo como hoje podemos esperar de tudo... Meu medo era que a criatura tirasse uma arma do bolso e me matasse. Fiquei quieta...
Na faculdade, na primeira aula, tivemos um debate sobre as pessoas que não dão lugar aos idosos, gestantes, deficientes, que nada mais é... A educação do brasileiro. Muitos preferem nem sentar naqueles bancos amarelinhos para não ter que dar lugar. Acredito que temos que levantar para essas pessoas mesmo quando estamos em bancos "comuns" devemos levantar. Acho que quem cuida dos ônibus (acredito que o governo) deveria pintar todos os bancos de amarelo, de duas a uma, ou ninguém senta ou todos irão se conscientizar... É ninguém irá sentar.
Voltando pra casa me deparo com outro disparate brasileiro, uma senhora jogou 4 vezes o lixo (plástico) pela janela. Todos do ônibus ficaram olhando espantados (eu fui uma delas), mas ninguém falou nada (nem eu), nesse momento me senti uma inútil que repara em tanta coisa errada que outros brasileiros fazem (também cometo erros) e me calo. Simplesmente abri minha bolsa peguei um papelzinho amassei e levantei do meu lugar e fui até o lixinho que tinha dentro do ônibus, acreditem ou não esse lixinho estava na frente dessa senhora bem educada. Todos do ônibus ficaram me olhando como se eu fosse um ET, inclusive a dita cuja. Uma passageira me olhou assim que voltei ao meu lugar sorriu e confirmou com a cabeça. A dita me encarava e encarou até eu descer do ônibus e sumir de sua vista. Sei que atinge, e não precisei gastar nenhuma saliva. Agora, se ela a partir do momento que viu minha atitude se conscientizou ou não, já não o meu problema... O meu dever eu fiz.
Esse texto é apenas o pouco do que me comove na educação do brasileiro, não sei se o público que quero atingir lerá, mas espero que quem o leia tome consciência de que podemos agir sem levar um tiro, uma facada ou até mesmo um soco. Referente a música sem fone, você pode "sutilmente" mexer no seu fone de ouvido na frente do indivíduo e em relação a dar lugar para alguém, você pode ser a criatura que levanta...
Sonho em um dia acordar e encontrar um Brasil (ou apenas um São Paulo) melhor.
Allyne Pires
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